Se você quer aprender o que é glifosato, para que serve e se vale a pena usar esse produto, saiba que ele é o agrotóxico mais vendido no mundo, inclusive no Brasil.
Mesmo com proibições de vendas em alguns países, ele prevalece em primeiro lugar devido à sua eficiência e seu custo-benefício. No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu em 2020 manter a liberação do produto, mas com algumas restrições de formas e quantidades de uso.
Já vamos adiantando: o glifosato é um produto polêmico, que divide opiniões no setor agrícola mundial.
Para conhecer o que é glifosato e ter seu próprio ponto de vista sobre esse agrotóxico, continue a leitura e confira para que serve, suas principais vantagens e desvantagens, se ele faz mal para a saúde, produtos para substituí-lo e como usá-lo corretamente.
O que é glifosato?
O glifosato é um princípio ativo na fabricação de produtos químicos, sendo o agrotóxico mais vendido no mundo. Criado inicialmente pela indústria farmacêutica e como limpador de metais, é usado como herbicida para combater ervas daninhas de lavouras de diversos tipos de plantação, especialmente soja, milho e algodão.
Ele se tornou famoso como componente de herbicidas da Monsanto, que foi comprada pela Bayer, e está presente em cerca de 750 agrotóxicos que o usam na sua fórmula.
Ele funciona pelo bloqueio das proteínas necessárias para as ervas daninhas crescerem, o que resulta na morte desse tipo de planta.
Seu uso se amplificou com o desenvolvimento de sementes modificadas pela Monsanto, como as de soja, milho e algodão, que se tornaram resistentes ao glifosato e começaram a ser produzidas em larga escala, com maior produtividade e rentabilidade.
O glifosato também pode ser encontrado em produtos para jardins e manutenção de parques.
Para que serve o glifosato?
O glifosato serve para combater o crescimento de ervas daninhas nas plantações. Ele ainda contribui com a decomposição de materiais orgânicos, auxiliando a melhorar o solo com a absorção de nutrientes. Por ajudar a formar uma cobertura vegetal morta, eleva a produtividade e reduz custos da lavoura.
Esse produto possui outras funções, como contribuir com a proteção do solo contra o impacto das chuvas e melhor infiltração da água.
A Anvisa autoriza o uso de glifosato em plantações de:
- algodão;
- ameixa;
- arroz;
- banana;
- cacau;
- café;
- cana-de-açúcar;
- citros;
- coco;
- feijão;
- fumo;
- maçã;
- mamão;
- milho;
- nectarina;
- pastagem;
- pera;
- pêssego;
- seringueira;
- soja;
- trigo;
- uva.
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Quais as vantagens e desvantagens do glifosato?
As principais vantagens são aumento da produtividade e rentabilidade; grande eficácia contra mais de 150 espécies de ervas daninhas; versatilidade; e baixo custo. Já as maiores desvantagens são: não é 100% ecológico; quando usado em excesso danifica o meio ambiente e a plantação e causa resistências nas ervas daninhas.
Vantagens do glifosato
- Grande eficácia no combate contra ervas daninhas, podendo controlar, em curto prazo, até mais de 150 espécies de plantas em culturas variadas;
- É possível utilizá-lo em todo o ciclo da plantação de soja, maior cultura agrícola do país;
- Possui baixo teor em agentes químicos em comparação com outras substâncias;
- É versátil e tem bom rendimento;
- Ele não é volátil e não altera sua forma física ao entrar em contato com o solo;
- Não causa erosão no solo e o que é absorvido do glifosato, é rapidamente degradado na terra;
- Tem baixo custo e é acessível para pequenos e médios produtores;
- É eliminado facilmente pela urina de animais, como gado bovino e outros animais;
- Aumenta a produtividade e a rentabilidade da propriedade rural.
Desvantagens do glifosato
- Não é totalmente ecológico;
- Seu uso excessivo e de modo inadequado pode danificar o meio ambiente e prejudicar a safra;
- A utilização em excesso também aumenta a resistência de ervas daninhas;
- Uso proibido em alguns países como a Alemanha, Áustria e União Europeia. A França disse que dará auxílio financeiro para produtores que pararem de aplicar esse produto. O México pretende eliminar o uso do agrotóxico até 2024.
O glifosato faz mal para a saúde?
O glifosato já foi associado ao desenvolvimento de algumas doenças. Essa questão ainda é polêmica e divide opiniões de especialistas. A Bayer já foi condenada nos EUA sob a alegação de câncer em pessoas que usaram o produto.
Há, ainda, outra polêmica sobre os efeitos do glifosato nos alimentos: a OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2015, alertou para o problema de “provável causador” de câncer.
Já a EFSA, agência reguladora da Europa, em 2016, considerou o produto seguro para a saúde quando há níveis baixos de resíduos nos alimentos.
E no Brasil? Recentemente, em 2019, a Anvisa permitiu seu uso no país, afirmando que “não apresenta características mutagênicas e carcinogênicas”, mas com algumas restrições:
- os produtores rurais precisam utilizar tecnologias que reduzem em 50% a dispersão de glifosato para fora da lavoura quando a dose usada for maior do que 1,8 mil gramas por hectare;
- doses maiores do que 3,7 mil gramas por hectare devem, além disso, aplicar uma margem de segurança de cinco metros no limite externo da lavoura quando houver proximidade com escolas e outras residências.
Ou seja, sua aplicação é regulamentada por lei, mas o produtor deve ficar atento ao uso seguro desse produto, tomando os devidos cuidados.
Como usar o glifosato?
Há como usar o glifosato seguindo as recomendações de aplicação: diluir 25 ml por litro de água e pulverizar a mistura diretamente nas ervas daninhas, usando 1 litro a cada área de 30 m². Mantenha uma distância mínima de 40 cm de outras plantas para não prejudicar a plantação.
A morte das ervas daninhas acontecem entre sete e 14 dias após a aplicação.
Não se esqueça de utilizar todo o equipamento de segurança durante a pulverização e seguir as regras recomendadas pela Anvisa.
Continue aprendendo: Saiba como escolher o melhor pulverizador para o seu trator
O que pode substituir o glifosato?
Há outras opções para substituir o uso do glifosato, principalmente quando as ervas daninhas causam resistência a ele: L-glufosinato, que é um herbicida alelopático natural e requer 50% menos de produto na aplicação; e Off Road, que é um glufosinato-sal de amônio, que possui ótima eficiência no controle de daninhas.
É importante entender que há diversos produtos que podem ser usados no lugar do glifosato. Porém, é preciso entender os mais indicados para cada tipo de cultura, os cultivos que serão plantados posteriormente (se aceitam mais ou menos resíduos no solo) e o espectro das ervas daninhas.
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